sábado, 14 de novembro de 2009

A profissão dos meus pais





Tal pai... tal filho? Será?
'...E descobre que você tem mais dos seus pais do que você supunha...'
Shakespeare



A ciência já nos provou várias vezes, o quanto o fator genético influencia em coisas que achamos 'não ter nada a ver' com a nossa herança cromossômica. Mas todos os dias, descobrimos que mestre William simplesmente traduziu em palavras, o que todos nós acabamos por descobrir em algum período de nossa vida. E muitos de nós descobrem exatamente nesta fase em que estamos vivendo: a escolha da profissão.



"Ter crescido tão próxima à profissão do meu pai, me fez pensar seriamente em seguir algo do ramo. Meu pai seguiu a carreira de Engenheiro civil e eu penso em seguir a carreira de Arquiteta, pelo fato de sempre ter visto de perto todos os projetos que ele fazia. Isso fez com que eu tivesse uma certa afinidade por plantas e decorações. Ter meu pai ligado ao mesmo ramo que eu, abriria muitas portas para minha carreira. Mas isso também acarreta uma certa pressão por medo de decepcioná-lo cometendo algum erro, pois ele me faz querer ser uma ótima profissional. No meu ponto de vista sobre o assunto, a respeito dos pais influenciarem na decisão da escolha da profissão de seus filhos, acredito que isso ainda ocorre muito nos dias de hoje. E mesmo que os pais não forcem seus filhos a seguir determinada profissão, nós, os filhos, sentimos que dependendo da profissão que vamos escolher poderíamos causar um certo desconforto para nossos pais fazendo com que eles não se sentissem completamente orgulhosos de nossa escolha. Com isso chego a conclusão de que nossos pais sempre terão influencia sobre nós, mesmo nas nossas escolhas independentes."
Jéssica Sato, Curitiba - PR

Se o jovem tem um bom relacionamento com os pais, os admira e participa da vida deles, é mais do que provável que esse jovem siga o caminho dos seus progenitores, pois inconscientemente seguir determinada profissão, significa seguir o caminho para a felicidade - a eterna busca humana. E muitas vezes, esses jovens acabam por 'herdar' aptidões para determinada profissão.

Porém, há aqueles que procurem seguir os mesmos passos dos pais pela segurança, estabilidade e conforto financeiro, mesmo não possuindo nem aptidão, nem paixão pela profissão. Há de se pensar, contudo, que esse profissional não sentirá prazer em exercer sua profissão, e seu trabalho será mediano. E em algum momento... ele fracassará, pondo a perder muitas vezes, o legado de vida de seus pais: um consultório ortodôntico, uma empresa, uma loja...

Quando se tem paixão por aquilo que se faz, e a pessoa dedica-se de corpo e alma à essa prática, o sucesso é apenas uma recompensa de muito trabalho, esforço e merecimento. Se algo deu certo para seus pais, isso não quer dizer que dará certo para você. Ou se não deu certo para seus pais, também não quer dizer que não dará certo para você.


Vale lembrar que você tem muito de seus pais, mas você não é eles! Eles fazem parte de outra geração, cresceram com outros hábitos, foram educados de modos e em épocas diferentes de você, e numa sociedade diferente também. Pense que com 7 anos, você provavelmente já sabia ligar o vídeo cassete ou o dvd, mexer no computador, ensinava a sua mãe a programar a máquina de lavar digital nova, e mostrava ao seu pai como abrir e-mais.
Que com 8 anos, já começava a baixar músicas em outro idioma, batia e editava suas fotos, lia seus livros, conhecia pessoas pela internet... ou seja: já começava a se formar como pessoa e a conhecer todo um mundo novo e diferente do que seus pais tinham mostrado à você.
Já eles não. Pergunte à eles o que faziam com 8 anos de idade. Provavelmente sua mãe irá dizer que brincava de casinha, e seu pai jogava futebol com os meninos da rua, ou fazia campeonato de peão. A maioria das pessoas que fazem parte da geração dos nossos pais, começou a formar sua parsonaliadade lá no finalzinho do colégio, ou até mesmo na faculdade. Pois antes disso, dificilmente havia elementos que ajudassem a formá-la.
A opinião e influência da família conta sim, e muito. Mas pare para pensar, se você realmente nasceu para seguir os mesmos passos. Evite o fracasso e a frustração pessoal.

"Eu falei com a Jade, minha prima, e perguntei se ela pretendia seguir a carreira dos pais, se ela se identificava, se achava mais fácil, etc. Ela me respondeu que não seria tão fácil como parece. A mãe dela é assessora comercial das lojas BR Mania, e é formada em Comércio Exterior. Disse que mesmo que se identificasse com a área, em termos de emprego, ela teria que se virar mesmo, ou fazer concurso como a mãe fez. Só é simples para os pais que tem algum comércio, escritório, coisas do gênero, próprios. Agora se fosse seguir a área do pai, que trabalha no tribunal federal, quem sabe desse pra ele ajudar, porque ele tem muitos contatos na área, em relação à estágio, essas coisas. De qualquer forma, ela não se identifica com as áreas. Os pais dela cismaram pra ela fazer Arquitetura, no futuro, mas que ela não quer. Tentou o vestibulinho do Cefet/Rio pra Edificações e não passou. Mas pra ver como fez diferença: ela só fez a prova, porque os pais queriam. Ela disse que não suporta essa área, mas que esta tentando por causa deles. Então, a opinião dos pais, pesa sim."
Membro Hiperativa da Equipe, Ingrid Monteiro


Com tudo isto, quando você parar para pensar sobre o seu futuro, pense em você, e não em seus pais. Tudo pesa, sim. Mas o que pesa mais, não só na hora de escolher 'o que você vai ser quando crescer', mas em todos os aspectos da sua vida, é a sua vontade, o que se passa dentro do seu coração!



Boa escolha a todos!
Equipe Hiperativos

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