Pessoas que decidem estudar fora do Brasil

Um mapa na mão e um livro na mochila: um mundo a conquistar!

Antigamente, estudar 'na capital' parecia ser uma realidade distante, possível apenas para quem possuía dinheiro. Hoje, são tantas as possibilidades de se estudar fora do Brasil, que o índice de jovens de classe média que realizam viagens internacionais de estudos cresceu consideravelmente - assim como o número de bolsas distribuídas à população menos favorecida por méritos estudantis. Isso porque cada vez mais, empresas com espírito empreendedor sabem que investir em projetos sociais 'dá' retorno, pois forma seus futuros profissionais.

Aos dezessete aos, como já citamos no primeiro post do nosso blog, a maioria de nós não possui nem mesmo uma vaga ideia do que fazer com sua vida. E na maioria das vezes, o motivo é a falta de maturidade e de noção de realiadade. Muitos de nós não sabe o que é pegar uma conta, ter que administrar seu pouco dinheiro no mês, limpar seu próprio quarto, fazer sua própria comida, acordar sozinho de manhã cedo sem a mamãe pra não deixar ele se atrasar, lavar sua própria roupa... enfim, lidar com a vida real. E não há uma quem não seja beneficiado com um choque de realidade que um bom intercâmbio proporciona: o intercambista aprende milhares de coisas novas (a se virar sozinho, a fazer novas amizades, a falar outra(s) língua(s), a ser indenpendente dos pais, administrar seu dinheiro, seu tempo e sua vida...), os pais aprendem a lidar com a independência de seus filhos, os amigos aprendem a importância e a força de uma amizade que supera até mesmo longas distâncias, e o mercado de trabalho também é beneficiado: um profissional com experiências internacionais possui um diferencial de destaque, não apenas por seus conhecimentos, mas também sua vivência e visão diferenciadas, e com certeza faz a diferença.

Não há dúvidas: um intercâmbio é uma viagem para a vida toda, mudando o intercambista completamente, em todos os sentidos. É a chance que o jovem tem de fazer uma transformação radical em sua vida. Nenhum intercambista volta a mesma pessoa!

Quando você decidir realizar seu intercâmbio conversando com seus pais a respeito dos custos, e tudo estiver certo, vem uma grande dúvida: qual o melhor programa para mim? Pois não há somente um tipo de programa, mas vários! Confira alguns:

High School: Estudar em uma típica escola americana pode ser muito divertido! Além de 'viver um filme', com direito a um armário no corredor e tudo mais, o jovem tem contato com uma típica família local, e tem que aprender a respeitar as diferenças e ajudar nos afazeres domésticos, já que as acomodações são feitas em casas de famílias. O país mais procurado são os Estados Unidos, e o programa é recomendado normalmente para jovens entre 15 e 18 anos.

Depoimento de uma intercambista de High School pela Agência CI

Cursos de Idiomas, Extensão Universitária e Estágios não-remunerados: cursos para quem já é maior de idade são focados mais no mercado de trabalho, seja para o intercambista possuir o conhecimento de inglês ou para também ter um diferencial em uma área específica (objetivo de aprimoramento profissional) são muito procurados e reconhecidos no mercado. É considerado um grande investimento, pois o retorno é grande.

Young - Programa de Férias: Adolescentes entre 12 e 17 anos podem ter uma breve noção de como é fazer um intercâmbio, além de aprender inglês, conhecer novos lugares e culturas e ter férias inesquecíveis. É uma ótima opção para quem ainda não tem certeza para passar grandes períodos longe de casa. O único problema, vem depois: a maioria não que voltar pra casa, e a ansiedade para repetir a dose é enorme!

Work - Trabalho no Exterior: Para jovens a partir de 18 anos, que querem aprender inglês, conhecer novas culturas, fazer novos amigos, e de quebra aprender novas funções em vários mpregos diferentes - e detalhe: ganhando para isso! Sim, o intercambista trabalha e recebe um pagamento em troca - diferente do estágio não-remunerado.

Au Pair: A opção mais barata e acessível para as meninas (e meninos, em certos casos) que têm experiência com crianças, que querem morar e estudar fora do país. Você passa a morar numa casa de família, cuida das crianças, estuda no seu tempo livre e recebe um pagamento semanal para isso - tudo isso a um custo bem pequeno. Você aprende a responsabilidade de ter outras pessoas dependendo de você, além de ganhar uma nova família com irmãozinhos lindos!

Depoimento de uma ex-Au Pair e atual coordenadora do programa pela Agência World Study:

E quanto ao destino?! Como escolho?!

'Aí é com você, colega!' A maior parte dos cursos está disponível em diversos países, então cabe à você escolher o país de sua prefrência, que você acha mais parecido com você e que irá lhe propor mais opções de estudo e diversão. Por isso, vale a pena procurar na internet informações sobre os países que você gostaria de conhecer, conversar com pessoas que já foram para tal destino... enfim, colecionar informações, 'colocar tudo na balança' e tomar sua decisão.

Quanto ao visto, pessoal, é muito importante providenciar toda a documentação necessária antes de ir até o consulado. Para evitar grandes problemas, e facilitar o processo, as próprias agências encaminham quase tudo a respeito da documentação para o intercambista, para que ele possa viajar até o consulado de seus país de destino e receber o carimbo de 'ACEITO'!

Quanto à experiência de vida, já temos certeza de que morar no exterior faz uma enorme diferença. Mas, e quanto ao ensino: Vale a pena o investimento? Será que tudo o que eu irei aprender lá, eu não poderia estar aprendendo aqui, no Brasil?

É, talvez você pudesse sim aprender as mesmas coisas sem sair do Brasil (em termos de ensino e não de vivência, que fique claro!). Mas pense bem. Os melhores professores (de qualquer área) em sua maioria, possuem algum tipo de formação e/ou especialização no exterior. Então, porque 'beber a água da garrafinha, se você pode bebê-la pura, diretamente da fonte'? Além disso, vale lembrar que ainda estamos no Brasil, onde tudo o que é importado tem mais valor, não é mesmo? Ou seja, o educação do Brasil hoje, em determinadas áreas, não fica nem um pouco atrás de outros países. A questão é que muitas das novas técnicas de trabalho não nascem aqui no Brasil, e no exterior há muito mais possiblidades de crescimento devido aos grandiosos investimentos em pesquisas e aprimoramento de técnicas feitos por lá. Então, se você deseja ser realmente grande na sua profissão, a melhor opção é buscar técnicas fora do país e trazê-las para cá - ou se preferir, ficar por lá mesmo.

Algumas das melhores agências da Região:

STB - Student Travel Bureau - http://www.stb.com.br/

EF - Education First - http://www.ef.com.br/

CI - Central do Intercâmbio - http://www.ci.com.br/

UNIVALI - Intercâmbio Acadêmico - www.univali.br/coai

Expro Brasil Intercâmbio (Rotary Club) - http://www.rotaryintercambio.com.br/

World Study - Educação Intercultural: http://www.worldstudy.com.br/

Cultural Adventure Intercâmbio - http://www.culturaladventure.com.br/

Depois de todas essas dicas, vale a pena você consultar uma agência de intercâmbio próxima à sua casa ou escola, para tirar todas as suas dúvidas, decidir as condições de pagamento, escolher seu curso e seu destino, e fazer as malas!

Recado de Maria Cecília, 16 anos, que está há dois meses em Wichita, Kansas (EUA)

(Amiga e colega de colégio dos membros da Equipe Hiperativos)

"Sempre quis fazer intercâmbio. Tenho dois irmãos mais velhos, e os dois fizeram intercâmbio, e isso me influenciou muito, porque foi a melhor experiência de vida que eles já tiveram. A coisa que eu mais buscava era falar inglês fluente. E acho que esse é a melhor maneira de se aprender. Também queria aprender me virar sozinha, ficar mais independente, conhecer pessoas, ver outra realidade, viver coisas novas, aprender a cultura mesmo e me adaptar com outra família.
Procurei várias agências, e a Cultural Adventure de Florianópolis foi a melhor em termos de assistência e preço. Gostei do sistema de organização que eles usam... Tivemos algumas reuniões e as regras são bem claras. Até o dia do embarque não precisei me preocupar com nada: passagens, host family... Eles providenciam tudo certo na hora certa.

Tenho certeza que fazer esse intercâmbio foi a melhor coisa que eu poderia ter feito na vida! Estou amando e viver aqui é um sonho. Acho que minha adaptação foi mais fácil, porque minha família é muito legal. Na escola também foi muito fácil fazer amigos, porque todo mundo quer saber sobre o seu país, e matar a curiosidade sobre algumas coisas.

Já sinto que ocorreram muitas mudanças, mesmo tendo estado aqui por dois meses: estou mais independente, meu inglês ainda não está fluente, mas está quase lá... Tive que me virar sozinha várias vezes... Alguns fatos me fizeram amadurecer, ver a vida com outros olhos, sempre buscando um lado bom, ser mais paciente e tolerante, escutar as pessoas, ter mais responsabilidade, ser mais organizada, seguir regras, ser mais patriota, respeitar (tudo e todos), ser prestativa e tentar ajudar sempre que possível. Tenho quatro irmãos pequenos aqui, então também aprendi a cuidar das crianças e a lidar com elas.

A respeito da educação, aqui a escola é muito mais "fácil" do que no Brasil. No Brasil somos muito mais cobrados, temos mais trabalho e não existem "pontos extras": você ganha sua nota pelo que você sabe e pelo modo como você mostra isso. Aqui, em qualquer trabalho você consegue pontos extras. Dever de casa tem mesmo peso que uma prova, e temos exercícios em sala de aula que o professor corrige, dá as respostas e depois da turma corrigir em grupo, você entrega e ganha pontos (todo mundo ganha o máximo de pontos porque é só copiar do quadro). Uma coisa muito interessante é que nos Estado Unidos os alunos escolhem as matérias, e escolhemos de acordo com o que pretendemos ser no futuro. Por exemplo: tenho amigos que querem ser médicos e escolhem aulas de anatomia, biologia e química. Já outros que pretendem criar jogos para computador, têm aulas de web designer, computação avançada e design gráfico. Aqui as aulas são maiores, duram uma hora e meia, e são os alunos que mudam de salas. Isso é interessante, porque cada matéria tem uma sala, e nessa sala tem TUDO. Por exemplo: na sala de fotografia tem câmeras por toda parte, computadores pra mexermos no Photoshop, desenhos, propagandas, trabalhos em exposição... Na sala de anatomia há esqueletos, um pequeno laboratório no fundo da sala, material pra dissecações, animais para estudo, quadros com nomes de todos os ossos do corpo humano... Enfim, são quase cursos profissionalizantes.

Sem dúvida a maior diferença que noto na escola aqui, comparando com o Brasil, é a respeito de tecnologia e estrutura! O sistema de ensino é MUITO diferente também... Aqui temos uma aula que se chama "seminar". Nesse horário podemos fazer o dever de casa, falar com o professor a respeito de alguma matéria que não conseguimos entender, pedir ajuda para amigos que têm a mesma matéria, ir pra outra sala e acabar algum teste que você não conseguiu acabar a tempo, fazer trabalhos em grupos... Algumas pessoas apenas conversam ou dormem, mas pra quem sabe aproveitar esse tempo é muito útil! Todas as salas têm os "ajudantes do professor". São pessoas que dão avisos, buscam coisas e entregaram matérias. Ou seja, dão assistência em geral ao que o professor precisa. Como um coordenador, um mestre de disciplina (A Made do meu colégio, haha)

Escolas públicas nos Estados Unidos são melhores do que muitas particulares no Brasil. Em comparação com o Brasil, em termos de tecnologia, nosso país está bem atrasado. Aqui todas as salas têm estrutura adequada, e temos assistência na área da saúde. Os materiais de que precisamos pra trabalhos ou projetos, a escola oferece. A maioria das escolas aqui tem um sistema moderno com cartões e códigos de barra, para compra do almoço, café da manha (podemos tomar na escola), etc. Tudo é feito com esse cartão, que você pode recarregar e botar quanto dinheiro quiser, como um cartão de débito. Todas as salas possuem um sistema moderno de vídeo, com televisores de tela plana, quadros com caneta digital, computadores com acesso à internet ( eles podem ser usados sempre que preciso. Se você tiver alguma dúvida e o professor não souber responder, podemos fazer buscas rápidas na internet), telefones, auto falantes (para avisos) e projetores de vídeos. Além disso, os professores têm laptops iguais (personalizados da escola), pois o sistema de notas é todo digitalizado que, além de tudo facilita a comunicação entre eles e os alunos, através de trocas de mensagens instantâneas.

Eu diria que aqui, os alunos têm mais vontade de ir à escola, pois estudam as matérias que lhes interessam, e que irão usar em seu futuro profissional. No Brasil, as aulas são sempre iguais e você estuda coisas que não gosta, e que às vezes nunca vai usar na vida. A matemática no Brasil é mais "avançada". Aqui, estou cursando o segundo ano do High School, e os assuntos que estou tendo agora, já aprendi no Brasil na sétima serie.

Meu conselho às pessoas dispostas a mudarem sua rotina e se adaptarem a uma nova cultura, a fazer intercâmbio. No meu caso, está sendo muito interessante aprender que essa cultura americana vai muito mais além do que mostram os filmes...

Acho que o intercâmbio é uma das melhores experiências na vida de um jovem, porque ficar longe dos pais e fazer suas próprias escolhas a cada dia nos faz amadurecer e aprender muito. Tenho certeza que tudo que estou aprendendo aqui, seja na escola, com as pessoas, com os problemas e com as alegrias de todos os dias, vou levar comigo para o resto da vida. "

Boa viagem a todos!

Equipe Hiperativos